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Entenda a culpa, segundo a perspectiva TREC



Para falar de culpa, hoje vou usar o livro Overcoming Guilty, de Windy Dryden. Antes de começar, vou fazer algumas perguntas. Você assume responsabilidades sobre situações que não são falhas suas? Você se culpa por coisas que você fez erradas no passado? Voce gostaria que você pudesse parar de sentir culpa e retomar sua vida? Se você respondeu sim para alguma dessas perguntas, você é uma das milhares de pessoas que não sabem ainda lidar com a culpa. Mas afinal, o que é a culpa na perspectiva da TREC? É uma emoção negativa não saudável, que sentimos quando: Você interpreta que alguma ação que você teve magoou alguém que você gosta, quebrando seus valores éticos e morais. Você foca na consequência dos seus atos ou no fato de que você agiu errado. Nesse caso você considera que por conta das consequências dos seus atos, você magoou alguém. Esses dois primeiros casos ilustram o que conhecemos como culpa episódica. Houve um fato específico relacionado à culpa. O terceiro tipo de culpa é a culpa existencial. Você tem algumas crenças dogmáticas específicas relacionadas a você, focada em quem você é, não importa o que você fez ou deixou de fazer na vida. Esse ultimo tipo é mais duradouro e não está limitado nem relacionado a nenhum episódio em particular. Consegue pensar alguma situação que você sentiu culpa? É possível que se encaixe num desses 3 tópicos. E o que fazer? Eu errei mesmo. Tenho que me culpar. Primeiro vamos relembrar que pra toda emoção negativa não saudável, existe uma emoção negativa saudável. No caso da culpa, essa emoção alternativa é o arrependimento. Peraí? Mas eu sempre ouvi que é errado se arrepender. Que é melhor sofrer por ter feito, do que se arrepender de não ter tentado. Frases assim são muito comuns. Mas o fato é: carregar a culpa também não é um solução saudável. Ficar parado na culpa, não te ajuda em nada. A culpa é uma emoção que nos leva a ter pensamentos recorrentes de auto-culpabilização, pesamentos ilógicos de que podemos consertar o estrago do passado, comportamentos quase compulsivos de pedir desculpas mesmo quando a outra pessoa já te perdoou, leva a comportamentos de auto-punição ou de sacrifícios exagerados para compensar o erro. Ou seja, não traz nada de bom pra vc. Concorda? O arrependimento proposto pela TREC é um pouco diferente. Tanto a culpa quanto o arrependimento, existe o reconhecimento de que houve sim um erro no passado. Só que o arrependimento, além do reconhecimento do erro, engloba a aceitação de que você é um ser humano falível e que por mais que se esforce para evitar, pode ser que um dia você venha a cometer alguma falta, leve ou grave, mas algo que vá contra seu próprio código de moral. A culpa não te ajuda a enxergar possibilidades no futuro de aceitar o erro e talvez minimizar. Ela vai te prender no passado e/ou gerar cada vez mais uma auto-avaliação depreciativa sobre você. Pensando dessa forma, será que não seria melhor assumir o erro e se arrepender? Você ainda tem uma vida inteira pela frente para se comprometer a tentar fazer o que acha correto, aceitando o simples fato de que humanos erram. Gostou desse artigo?

Texto desenvolvido por Márcia Verônica de Paiva Machado, Psicóloga formada pela PUC-Rio (CRP 05/35863).

Terapeuta Certificada pelo Instituto Albert Ellis em Terapia Racional-Emotiva Comportamental.

Atende em consultório particular, com sessões baseadas em Terapia Racional-Emotiva Comportamental.

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